17h de domingo,

Se eu pudesse desenhar o dia de hoje......
eu queria o sol entrando pela janela, e aquecendo todos os cômodos da casa, queria que a neblina virasse fumaça com o calor de nossos corpos quentes, queria que a água que agora cai afora, fosse o nosso suor adentro. E que todo vapor fosse se espalhando com o gosto salgado do mar de Ipanema...Entretanto, sinto apenas frio, frio e frio.......... neste domingo primaveril onde não posso ver nenhuma flor da estação, a não ser, as que abrigo em minha varanda, flores verdes sem nenhum botão de rosa, sem sol, as flores saem de moda...O café esfria mais rápido e você tem que se contentar com as conversas que parecem menos interessantes, por outro lado estímulos para nos concentrarmos neste sofá à tarde...ainda ontem, o DJ precisou caprichar muito para que as músicas na pista nos animassem ainda mais, eu olhava nos olhos das pessoas se movimentando, dançando, numa transe quase que em frenesi total, e em todos os olhares eu via o mesmo grito de pedido: C-A-L-O-R!!!

Para quem mora no Rio de Janeiro, cidade de praias, piscinas, dos corpões sarados, bronzeados, terra da despreocupação, pouca opção tem no inverno, a verdade é que em dias e noites frias mas parece uma cidade comum. É que a chuva varre todos para dentro de suas casas, todos acostumados ao calorão. E quem como eu, está longe de sua família, sente ainda mais a falta de calor, sem contar o calor de amor do coração que, só, a nossa Mãe possui!!

Poderia ser um programa e tanto essa chuva, um programa à dois! Porém tem algo que trava isso, o RJ, ou melhor, as pessoas desta cidade parecem ter perdido o romance. Não vejo mais os homens se preocupando em conquistar as mulheres, ao invés disso eu as vejo caçando eles (risos). Ainda preservo em mim, essa chama de romance moderno, que julgo essencial para uma certa magia de viver bem. Os homens que se aproximam de nós mulheres ultimamente, nem sequer sabem mentir, iludir, e, o pior, eles acham que sabem!!! Ta faltando homens como antigamente........ Não é só em romance de casal não, de homem e mulher, é no geral, a violência tem sido o maior inimigo também. As pessoas andam desconfiadas, assustadas, não se vê tanto as ruas naquele clima romântico familiar, porque as famílias preferem proteção de locais fechados.

A cidade vem crescendo, e nisso, tido seus contrastes, a independência feminina de certo modo, também contribui. Peraí!!! Êpa, eu quero ser independente mas ainda quero ser conquistada, viu? Os poucos homens que abrem a porta do carro, puxam a cadeira e nos protegem, são valorizados por todas mulheres, as modernas inclusive, sem dúvidas!